Meu Filho Não Dorme! Como o Autismo Afeta o Sono Infantil?

Uma das maiores dificuldades enfrentadas por muitas famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a hora de dormir. É comum ouvir relatos como: “Meu filho demora horas para pegar no sono”, “Ele acorda várias vezes durante a noite” ou “Ela dorme muito pouco e acorda já agitada”.

Ana Kobayashi

4/16/20252 min read

Meu Filho Não Dorme! Como o Autismo Afeta o Sono Infantil?

Uma das maiores dificuldades enfrentadas por muitas famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a hora de dormir. É comum ouvir relatos como: “Meu filho demora horas para pegar no sono”, “Ele acorda várias vezes durante a noite” ou “Ela dorme muito pouco e acorda já agitada”.

Essas situações não são exageros. Os distúrbios do sono afetam entre 50% e 80% das crianças com autismo, segundo estudos clínicos. Entender por que isso acontece e como lidar com essas dificuldades é fundamental para promover mais bem-estar e qualidade de vida — não só para a criança, mas para toda a família.

Por que crianças com autismo têm mais dificuldades para dormir?

Existem várias razões pelas quais o sono pode ser afetado em crianças com TEA. Entre as mais comuns, estão:

  • Alterações na produção de melatonina, o hormônio natural do sono;

  • Maior sensibilidade sensorial, que pode fazer com que sons, luzes ou texturas causem incômodo durante a noite;

  • Ansiedade ou dificuldade para entender a rotina do sono;

  • Comportamentos repetitivos ou hiperatividade, que dificultam o relaxamento necessário para adormecer.

Além disso, dificuldades de comunicação também podem impedir que a criança expresse que está com medo, desconforto ou que precisa de algo — o que também afeta o descanso.

Os impactos da falta de sono no desenvolvimento

O sono não é apenas um momento de descanso. É durante o sono profundo que o cérebro processa aprendizados, regula emoções e realiza funções essenciais para o crescimento.

Para a criança com autismo, a privação de sono pode:

  • Aumentar crises de irritabilidade ou agressividade;

  • Prejudicar a atenção e a memória;

  • Dificultar ainda mais o processo de aprendizagem;

  • Aumentar os níveis de estresse em toda a família.

Por isso, cuidar do sono é também cuidar do desenvolvimento e da saúde emocional.

O que pode ajudar? 3 dicas práticas

Apesar dos desafios, pequenas mudanças na rotina podem trazer grandes melhorias para a qualidade do sono. Aqui estão três sugestões eficazes:

1. Crie uma rotina previsível e tranquila

A previsibilidade é uma grande aliada no TEA. Estabeleça um ritual noturno com atividades calmas e sempre na mesma ordem: banho, história, música suave, luz baixa… Isso ajuda a sinalizar ao cérebro que é hora de desacelerar.

2. Evite telas antes de dormir

TVs, celulares e tablets emitem luz azul, que bloqueia a produção de melatonina. O ideal é desligar os aparelhos pelo menos 1 hora antes do horário de dormir.

3. Busque orientação profissional

Cada criança é única. Um psicólogo, neuropediatra ou neuropsicopedagogo pode ajudar a identificar causas específicas da dificuldade do sono e propor intervenções personalizadas.

Conclusão

Se seu filho com TEA tem dificuldades para dormir, você não está sozinho(a). Essa é uma realidade comum — mas que pode ser melhorada com informação, paciência e apoio especializado.

Lembre-se: o sono de qualidade é uma necessidade biológica e um direito da criança. Cuidar desse aspecto da rotina é também um ato de amor e de promoção do desenvolvimento.